quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


O entorno do Terminal Rodoviário de Redenção virou cracolândia

Cracolândia, Boca do Lixo, ponto dos usuários e outros nomes tem sido utilizados pela polícia, imprensa e pela população, para definir a situação em que se tornou o entorno do Terminal Rodoviário de Redenção, principalmente o trecho da rua Cambará, que fica localizada as margens da rodoviária. O local é frequentado por usuários de drogas, marginais, ex-detentos e outros desocupados que fazem do local um encontro para praticar pequenos delitos contra pessoas desavisadas que passam pelo local durante o período noturno ou qualquer hora do dia. Ponto de consumo e venda de droga: De acordo com informações de moradores que residem às proximidades do local e de comerciantes que trabalham dentro do terminal rodoviário e nas proximidades. O local é o ponto preferido pelos traficantes que de forma disfarçada vendem o crack para os consumidores que passam o dia e noite perambulando em redor da rodoviária .
Ainda segundo os moradores, em alguns bares instalados nas adjacências, o crack e vendido de forma disfarçada juntamente com a bebida alcoólica. Outros funcionam mesmo, como boca de fumo, conforme a relato de um morador que não quis ser identificado por temer represálias dos usuários e traficantes. ‘’Aqui tem muita gente perigosa e de má índole, temos que saber analisar o que fazemos e falamos, para não sermos atingidos pela violência que ronda neste local’’ disse o morador. Zumbis: Durante a noite alguns usuários parecem ‘’zumbis’’ ao perambular pelas ruas durante o período da madrugada sob o efeito da droga devastadora ou em busca de uma pedra a ser consumida. Assaltos e roubos: De acordo os comentários feitos por mototaxista que possuem um ponto instalado a poucos metros do ambiente onde os usuários se reúnem, os assaltos e pequenos furtos acontecem diariamente, e são praticados contra pessoas que desembarcam no terminal e se arriscam a passar pelo local a pé. ‘’Os assaltos são mais intensos durante o período noturno quando há uma grande concentração de usuários que fumam a céu aberto ao vivo e a cores’’ conta o mototaxista Pedro Santos.
O morador Pedro de Nazaré dos Santos, que mora a poucos metros da rua Cambará, contou para a reportagem que muitos assaltos acontecem com a conivência dos donos de bares que além de apoiar os assaltantes ainda se apossam dos objetos roubados em troca de bebida ou droga. O mototaxista Antônio Pereira, conta que já houve casos dele transportar um passageiro trajando somente uma cueca e botina, pois o mesmo foi depenado pelos ladrões em um dos bares ali existente. ‘’Ele foi tomar umas doses naquele bar, ai deram bebida misturada com a droga chamada de boa noite Cinderela, quando acordou ele estava só de cueca aqui nesse ponto’’ relata o mototaxista. Solução: O sonho dos moradores e comerciantes que vivem nas proximidades da Cracolândia, é que as autoridades competentes do município encontrem uma solução para acabar com a venda de drogas existente no local. Acabando com a circulação de traficantes e esses usuários os roubos e assaltos vai diminuir aqui neste local, afirma um comerciante que não quis ser identificado.
Caso de saúde pública: Para o delegado Carlos Eduardo Vieira, a situação do entorno do terminal rodoviário, tornou-se em caso de saúde publica e necessita da ação do poder público municipal, que precisa implantar politicas públicas e sociais no sentido de solucionar o problema gerado pelo consumo de crack. Ainda de acordo com o delegado a polícia tem feito o seu trabalho, fazendo rondas prendendo traficantes e realizando medidas de repressão ao tráfico no local. Assistência Social: A reportagem do NOSSO JORNAL conversou com a psicóloga e coordenadora do Centro de Referencia e Apoio Social da prefeitura de Redenção, Gilmara Cintya Soares, que disse que o município e sabedor da problemática existente no entorno da rodoviária, mas que não existe um projeto especifico para solucionar o problema logo que de imediato, pois o município , não possui casas ou centros de internação nem locais adequados para abrigar dependentes químicos que necessitam não somente de tratamento para abandonar o crack mas também de um acompanhamento social e psicológico. Gilmara, disse que muitos dos usuários que estão na cracolandia, já passaram pelo CREAS, foram encaminhados para tratamentos fora do município mais devido não ter esse acompanhamento voltaram as ruas e a fazer uso da droga novamente. ‘’Muitos dos usuários que perambulam por aquele local, necessitam de uma ação mais enérgica, no caso a internação para tratamento como algumas medidas que estão sendo adotadas em alguns estados, mas mesmo que nós quiséssemos fazer isso aqui em Redenção, não poderíamos , pois o município não possui locais adequados para esse tipo de problema’’ disse Gilmara Soares. Enquanto nada é feito pelos órgãos responsáveis pelo problema pessoas continuam sendo assaltadas, o consumo de droga continua a céu aberto, as brigas e mortes continuam a acontecer no local que deixou de ser um lugar tranquilo, passando a ser conhecido como a boca do lixo da cidade polo do sul do Pará.

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