segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Santana do Araguaia/ Disputa por área no sul do Pará já soma 14 mortos
Um conflito sangrento pela posse de 60 mil hectares da fazenda Rio Cristalino, localizada em Santana do Araguaia, no sul do Pará, já resultou na morte de 14 pessoas e na existência de uma lista de outras 30 marcadas para morrer. 

Dos 140 mil hectares da área total, invadida e ocupada por 800 famílias, 80 mil hectares foram desapropriados e transformados em projeto de assentamento. Os outros 60 mil hectares são disputados por fazendeiros, grileiros e 483 famílias de trabalhadores rurais sem-terra, que ocupam o local desde 2008. 

A maior parte da área é explorada pelo Grupo Santa Bárbara, que tem como principal sócio o banqueiro Daniel Dantas. A empresa alega que está legalmente na área e que cria no local mais de 50 mil cabeças de gado. 

Um pedido de socorro foi remetido pelas associações de agricultores, sindicato de trabalhadores rurais e pelo frei Henri des Rosiers, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Xinguara, ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, que determinou a realização em Brasília ou Marabá de uma reunião, ainda sem data definida, para resolver o problema que se arrasta por cinco anos. 

O diretor de política fundiária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santana do Araguaia, Epaminondas Ferreira Belém, o “Curica”, afirma que a situação é gravíssima na área e que, se algo não for feito pelos governos federais e do Pará, ocorrerá uma “matança” de agricultores iguais ou pior que aquela ocorrida em 1996 em Eldorado dos Carajás, no episódio em que 19 sem-terra foram mortos a tiros por uma tropa da Polícia Militar, durante a desocupação da rodovia PA-150. 

“Já morreu muita gente e ainda vai morrer mais se não fizerem alguma coisa”, acrescentou o sindicalista, que acusa o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) de iludir com promessas de desapropriação e assentamento as famílias de agricultores que vivem no local. Segundo “Curica”, a maioria dos assassinatos, praticados por pistoleiros e milícias armadas por fazendeiros, ocorreu antes de a área de 60 mil hectares ser ocupada pelas 483 famílias. (Fonte DOL)

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